O nosso registrador analógico de idéias, ou caderno de lugar comum, ou simplesmente caderno, tem suas origens na época das cavernas.
Todo mundo acha que o homem das cavernas era ignorantão, mas na verdade, foi ele quem deu origem ao hábito de anotar as coisas para não esquecer, administrar e expressar sentimentos. As pinturas dessa época, que foram chamadas de rupestres, são a primeira tentativa de escrita do homem. Dos desenhos, foi desenvolvida uma escrita que se baseava em sinais - escrita cuneiforme.
Nascida na Mesopotâmia, a escrita cuneiforme era gravada sobre pedra, pedaços de argila, metal e madeira. No Egito a escrita cuneiforme foi ganhando contornos mais funcionais, se transformando em hieróglifos. Eles eram pintados em papiros, os ancestrais do papel, material feito de uma planta muito comum por lá. Mas os papiros eram somente enrolados depois de escritos, ainda não eram costurados.
Ainda naquela época os egípcios perceberam que era muito mais prático se as folhas do papiro fossem dobradas e costuradas. Eis que surge o Códice, que é o ancestral mais parecido com o caderno que temos hoje. Mas o Códice tinha um problema: suas primeiras e últimas folhas ficavam muito estragadas pelo manuseio. Surgiram então as capas de madeira e logo em seguida, as lombadas para preservar a costura.
Do Egito, a escrita se espalhou pelo mundo e os cadernos acompanhavam a cultura e a disponibilidade de material: os árabes utilizavam couro de animais sacrificados, e o papiro ainda perdurou por muito tempo, até a época dos romanos.
Ao longo dos séculos, várias técnicas de encadernação foram inventadas, sendo uma das mais antigas a encadernação japonesa, onde a capa fica na parte de trás e as folhas são costuradas soltas e não dobradas ao meio como no Códice.
O livro, que é uma evolução natural do caderno, teve seu início com as bíblias de Gutemberg, em 1455. Daí pra cá, muita criatividade e tecnologia fizeram nossos cadernos serem o que eles são hoje. Mas cá pra nós, o caderno artesanal tem um encanto, um quê de especial que imprensa nenhuma consegue reproduzir: o amor do artesão!
Tchau gente!
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